As pessoas que têm conhecimento e dedicam atenção às últimas pesquisas científicas, usam uma linguagem que nos capacitam a conectar com a sabedoria dos antigos que ensinam sobre a alternativa do ser humano. A nova ciência provê evidências empíricas para estas crenças.

O abismo entre os pensamentos é um lugar estranho e inexplorado para muitos de nós. Contudo, tem sido descrito como “local de um largo rio e fluxos, aonde nenhum barco a remo irá, e onde nenhum barco de luxo passará”. Em outras palavras, nenhuma distração, nenhum pensamento acusatório e questionador podem perturbar a paz, tirando-nos da posição de descanso. Na realidade, é um estado em que momentaneamente cessam os pensamentos e ficam apenas a alegria e o brilho de “se estar ciente do que é ciente”.

Procuro ajudar as pessoas no sentido de examinar e lidar com este assunto. A culpa injustificável que diz: ‘Fiz alguma coisa errada’, pode facilmente levar à vergonha que diz: ‘Não sou bom o suficiente’. Isso se enraíza em nosso jeito de crer, como um vírus que contamina nosso pensamento, e afeta nossa conduta e nosso estilo de vida.

A fim de facilitar e administrar a remoção dessa insidiosa e persistente ‘culpa na vida’ é importante que você faça uma imersão no ‘presente’ do ‘vazio existencial de seus pensamentos’, tornando-se um emaranhado em compaixão e conscientização infinita (para algumas pessoas esta é a maneira de descrever a Deus), criando e modificando nosso “jeito de ser”. Isto exige entrega e compromisso. Depois que a pessoa se fixa nessa ideia, em pouco tempo experimentará a liberdade interior que tanto almeja. A pessoa emergirá manifestando amor, alegria, paz, paciência, bondade, gentileza e autocontrole. Ao rolar pra baixo você encontrará quatro passos para iniciar sua jornada.

A verdadeira sabedoria tem como alvo ajudar as pessoas a experimentar e a expressar o fruto da paz e da felicidade como uma fonte alternativa de informação pela qual se pode viver. A autoconsciência da qual nos tornamos conscientes quando amadurecemos, e que se torna o conteúdo de nossa experiência, (*) é deficiente no sentido de prover que sejamos livres de ansiedade, estresses e medos; de sentir falta de alguma coisa, e sim, apenas paz e felicidade. Como agentes conscientes individuais somente encontraremos nossa verdadeira identidade e valor ao nos permitir que nossa autoconsciência (nosso ego) se reconcilie com nosso estado interior harmonioso – com pura consciência.

(*) O conteúdo de nossa experiência consiste em corpo, pensamentos, sentimentos, emoções, visão, cheiro, toque, sabor e audição.

Na realidade tenho procurado compartilhar com você as experiências de uma mente iluminada, isso depois de uma jornada de mais de quarenta anos. Um dos muitos fracassos que fazem naufragar nossa habilidade de sermos seres mais felizes sem culpa alguma, é a culpa injustificável.

O clamor do mundo por igualdade é o clamor de nossa consciência que está ciente de que estamos conectados. Os mestres autênticos percebem a humanidade como um todo, e entendem que nos vemos como sementes individuais de seres que ‘moram sozinhos’. Sentimo-nos fundamentalmente fragmentados e sem valor. A palavra que resume nossa condição é o senso de culpa injustificável que conduz à vergonha. A maneira como a pessoa pensa de si mesma mostra suas emoções e sentimentos que o corpo experimenta.

““Tenho sido muito beneficiada em aprender a gastar tempo debaixo da cascata. Antes de me engajar no totalmente no programa ensinado por Pedro eu vivia enferma com ansiedades sem conta. Vivia depressiva e incapaz de pensar com clareza. A crença de que eu ‘não era boa o suficiente’, consequência da minha criação no catolicismo de que não era amada, aceita ou valorizada por ninguém, nem mesmo por Deus perseguia meu jeito de pensar. Agora, nos meus quarentas se tornou meu tema maravilhoso. A disciplina de me manter debaixo da cachoeira, aprendendo a lidar com tudo que é pensamento negativo e acusatório, tornou um hábito saudável e mudou a maneira como pensava sobre mim mesma. Estou desenvolvendo um novo estado de ser com alegria.”

O conceito de “presença”, de estar presente, capacita-nos em focar para o hoje em vez do que foi ou do que será. De maneira geral, os seres humanos não são bons nesta disciplina.

No entanto, nem tudo está perdido. Os avanços da ciência confirmam que nossos corações podem ajudar.

A sabedoria antiga ensina que ‘do seu coração fluem os assuntos da vida’. Na língua aramaica original simplesmente diz ‘vivendo de dentro pra fora’. As questões da vida, como aceitação, paz, descanso, alegria plena e amor estão programados dentro de nós, no ‘cérebro’ de nosso coração. “Meu coração tem um cérebro?” Posso ouvir você exclamar... SIM. A ciência confirma isto! (Falarei sobre isto mais à frente).

O afastamento, o isolamento e a culpa que sentimos é a desconexão de nosso cérebro da cabeça, do cérebro do coração. Portanto, o primeiro passo é aprender a reconectar este sistema de programação celular. Ao se engajar na prática do “presente”, o que você estará fazendo é ‘criando um espaço sagrado’, onde encontra a paz para os conflitos mentais.

Vamos começar:

1. Encontre o cronômetro de seu telefone celular e marque três minutos. Não comece ainda.

2. Encontre um local confortável onde você pode se sentar ereto e feche os olhos.

3. Relaxe os músculos de seu corpo, especialmente os braços e pernas; deixe a tensão começar a sair. Consciente disso, permita que cada área de seu corpo relaxe. Respire várias vezes profundamente.

4. Traga para dentro ‘atitude de gratidão’. Apenas diga: Obrigado.

5. Pegue a ferramenta da imaginação. Sua imaginação é uma coisa maravilhosa e deve ser utilizada para ajudar sua mente consciente no momento presente. Quero que se imagine debaixo de uma cachoeira. Tome algum tempo para imaginar esta cena e permita que ela ‘avive’ seu corpo. Imagine-se indo para debaixo da cachoeira.

6. Ajude sua mente a focar no que você está imaginando e use apenas três palavras: ‘Sou amado’ e ‘suficiente’ e foque-se nestas palavras.

7. Aperte o botão do seu cronômetro para três minutos e se imagine debaixo da cachoeira, enquanto pronuncia de maneira calma, como um suspiro, ‘sou amado’, e ‘sou suficiente’.

Logo você descobrirá que sua mente irá divagar e se desligar e você se dá conta que está pensando sobre o passado ou futuro ou se acusando e se questionando. Não fique alarmado, isto acontece. Vagarosamente volte a pensar que está debaixo da cachoeira e continue dizendo as três ‘palavras sacras’. (Veja o passo 2 para obter ajuda).

Caindo par cima!

Se ao fazer este exercício continuadamente tiver a sensação de que você está indo para a cachoeira, então, deixe-se levar, porque tudo está bem. Uma sensação de medo pode aparecer neste momento, porque o medo questiona o que é ‘correto’ neste processo. Trate o medo como sendo um pensamento qualquer. Seja corajoso e aventureiro, e deixe-se seguir.

Sua mente consciente quererá manter controle trazendo acusações e pensamentos de medo. É isso que você tem que administrar e evitar. Você quer que sua mente consciente saiba que está no controle operando em harmonia com sua mente e coração, e você quer que sua mente consciente aprenda a alegria de proceder desta maneira em vez se sentir culpada de agir independente.

Frequência

Faça este exercício duas vezes ao dia pelo menos durante uma semana. Se quiser fazer mais vezes, ótimo. Entre esses momentos de ‘espaços sagrados’ pronuncie sempre as três ‘palavras sacras’, para ajudar a mente a se disciplinar. Outra palavra sacra que recomendo é ‘Eu sou Suficiente’.

Se quiser anote suas experiências, tanto as difíceis quanto as fáceis, onde sua imaginação o levou.

Escrutine quais pensamentos o deixaram perturbado e qual a intenção particular de tal perturbação ou as emoções que surgiram que estavam conectados com eles. Eram pensamentos neutros? Eram positivos? Ou eram acusatórios?

Lembre-se de gastar os três minutos de mentalização, se possível ao acordar ou à noite. Você pode aumentar o tempo de meditação se descobrir que existem menos pensamentos acusatórios incomodando

Caneta e papel

Tenha sempre uma caneta e papel à mão para anotar o que você precisa fazer. Depois de anotar você pode retornar à sua mentalização sem procurar se lembrar daqueles assuntos.

Você haverá de se deparar engajado com alguns pensamentos nojentos, acusatórias ou questionadores. Usando sua imaginação, coloque cada um desses pensamentos no ‘balão’ e diga, ‘eu perdoo, pode ir embora, agora. Obrigado’. Deixe a torrente d’água levar tudo embora. Coloque-se novamente debaixo da cachoeira e digas continuamente: ‘EU SOU AMADO’, ‘EU PERTENÇO’. Essas palavras não são um mantra, mas uma afirmação de sua intenção.

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Ao reconhecer esses pensamentos perdoe-os, e permita-se enxergar além deles para quem você realmente é. Eu sou.

Seja persistente e sempre termine dentro do prazo que você estabeleceu. Sugiro que comece com três minutos pela manhã e à noite. Lembre-se até mesmo do pensamento fugaz: ‘Ah! Não posso fazer isto’, deixe este pensamento voar pra longe!

Ao mentalizar o ‘EU SOU’, você se conscientizará de um amanhecer de sentimentos com aquela sensação de aceitação, amor e valor como nunca sentiu antes.

O que você está fazendo é se alinhando ao fato de que você existe, e está ciente de que existe, porque ao fazer isto as coisas mudarão. A memória funcional continuará a operar – seu cérebro e seu corpo não esquecem as razões de sua existência. Contudo, a lembrança pessoal perde sua pegada. Isto acontece porque o ‘EU SOU’ é a chave do ‘modem’ de seu coração para uma consciência pura, que é sua verdadeira fonte.

A partir daí você nunca vai querer abandonar este local! A boa-nova é que não precisa abandonar.

FAgora que você se sente confortável entrando em seu espaço sagrado, conectando seu cérebro da cabeça com o cérebro do coração, pode ficar se perguntando, o que fazer a seguir?

Vida baseada no coração

É a partir daqui que você vive. Pode chamar de ‘vida baseada no coração’. É um meio de filtrar os sinais de ambientes externos que entram em sua vida pelos cinco sentidos. Isso pode incluir o que se vê na Internet, nas conversações pessoais, nos telefonemas, nas redes sociais, nos comerciais e nos shoppings, na família e nos colegas de trabalho. São sinais de ambientes muito negativos, e têm o propósito de fazer que você se sinta sem valor e que a única forma de se sentir valorizado é comprando o que eles lhe oferecem.

No entanto, com a nova descoberta de seu conhecimento interior e conhecendo seu valor absoluto, tais estímulos negativos não mais o influenciarão com a necessidade de se sentir amado, completo e realizado.

O próximo passo.

O próximo passo é estar ciente de seu novo ser, que você ‘criou’ para você mesmo, e assim que abrir os seus olhos pela manhã poderá ter seu próprio pensamento, e, ao sair pela porta da casa para sua atividade física diária, este estado de amor e de total aceitação se tornarão o que você é e se tornará a razão de sua existência no ambiente que o cerca.

Orientação.

Você sentirá que está sendo orientado pelo seu coração, seja por intuição ou por inspiração. Pode não vir enquanto está meditando. Descobri que pode vir depois, durante o dia, geralmente quando estou a pensar sobre algum assunto, então, num momento de distração, como ao fazer uma xícara de chá ou de café ou tomando uma ducha, a intuição me comanda.

Libertação interior

Você poderá se sentir eufórico, porque agora sua mente e seu coração agem coerentemente sem quaisquer sentimentos de culpa ou vergonha. Ao continuar nesta prática você descobrirá que a euforia se acalma e a agitação desaparece, e uma alegria preenche seu interior. A partir daí você pode usufruir do que está ao seu redor e ver as pessoas sob outra ótica, sem afastar de você o conteúdo de sua experiência.

Usufrua de seu novo eu!

À medida que você incorpora o conceito da cachoeira em sua imaginação, experimentará maravilhosos fluxos de pensamentos que poderá chamar de sonhos diurnos e isto em maior ou menor escala. E quem sabe coisas inesquecíveis. No entanto, o mais penetrante será o resultado da acusação e medo. Isto quando você sentir que tais pensamentos pararam de fluir em você. Sem saber como lidar com eles imediatamente você toma outra direção.

Nesse processo de “subir” para a cachoeira, você poderá ter um momento de crise que o convida a ir além da cachoeira. É neste estágio que muitas pessoas desenvolvem certos medos que os impede de seguir adiante. É o medo do desconhecido. É o ponto em que o ‘ego’ indica o que você se tornou e é confrontado pela escolha.

‘Por favor, deixe-me ir!’.

Tais pensamentos que vêm acompanhados de sentimentos buscam a oportunidade de “surgir”, suplicando a você que os deixe SAIR. Porque estão afetando seu corpo físico.

Estes sentimentos tóxicos e traumáticos ficam armazenados em seu corpo como um banco de dados e podem ser prejudicial, ao longo dos anos ao seu corpo biológico.

Você. A formação de seu ego foi influenciada por fatores externos, para que você se sentisse melhor; e você se tornou ciente de quem você é, possivelmente, desde a puberdade. No entanto, agora lhe pediram para afrouxar as rédeas e o ego não gosta nenhum pouquinho dessa ideia. Ao ego foi-lhe solicitado morrer, e este é um ponto fundamental. É a morte do “eu” antes de experimentar a liberdade de ser alegre, de ter paz, satisfação e descanso, o que antes você não conseguia por causa da culpa.

A ideia de morrer é o que mais tememos, quando na realidade é a separação do “eu”, da perda, do sentir-se sem valor, rejeitado e, agora ser reconciliado e voltando a ser uma Consciência Divina, na qual você esteve sempre incluído.

Eis aí a essência da autêntica sabedoria, contudo, nem todo praticante consegue tratar e cuidar da culpa injustificada.

O que você alcançou ao colocar o cérebro da cabeça em harmonia com o cérebro do coração é o que se chama de ‘coerência’ do coração. Ao fazer isto você estará criando um ‘espaço sagrado’ dentro de si. Na medida em que seu coração e mente se unem, não há mais espaço para pensar nos sentimentos do passado nem do futuro.

Este ‘espaço sagrado’ se torna seu santuário de um passado que lhe persegue ou de pensamentos sobre o futuro, que podem trazer angústias e ansiedade.

A melhor maneira de descrever quem você é – no presente – é simplesmente, ‘EU SOU’.

Você pode escolher outras palavras para meditação, mas eu recomendo que sejam apenas duas ou três sílabas, porque ajudarão você a fixar-se no foco principal. Assim, você poderá dizer, ‘SOU AMADO’. Cultivar uma atitude de gratidão ajudará bastante.

Neste ‘espaço sagrado’ você não será mais o resultado de traumas passadas, ou imediatas. Por exemplo: Péssimo dia de trabalho, questões familiares ou experiências passadas. Você se esquece do corpo, das coisas, de tudo no tempo. Agora não é mais definido por coisas externas, e sim pelas coisas internas de seu coração, conectadas ao ‘campo’ do amor. Você se torna o verdadeiro “eu”.

“É desafiador poder distinguir como nosso coração conduz as crenças emocionais que frequentemente moldam nossos pensamentos. É encorajador saber que quanto mais praticamos o discernimento entre a condução do coração e a persuasão mental, fica fácil ver a diferença. Para começar, é às vezes, algo duro e desencorajador. No entanto, na prática pode-se aprender a reconhecer que a intuição do coração possui uma qualidade diferente, não com pensamentos intelectuais ou conceituais ou ainda desejos e crenças emocionais”.

“Aprender como gerar um coração que seja coerente com acesso a inteligência intuitiva, pode ajudar a prevenir muitos cenários estressantes e criar um trânsito leve e solto diante dos desafios diários. Ao praticar a coerência do coração alguns minutos várias vezes ao dia, ajuda a sintonizar nossa natureza emocional e mental a adquirir uma resposta melhor a cada situação que aparecer na vida, como desafios, normais ou criativos. A intuição se torna a voz do que você realmente é”.

No ‘espaço sagrado’ você se torna alguém cuja identidade não está condicionada por experiências passadas, culpa, ocupações atuais ou ambições futuras. Você experimenta uma conexão com a Consciência Divina da Compaixão – a ‘base de todo Ser’, que você pode chamar de Deus ou EU SOU. (Não o deus subscrito pela religião que tem um caráter questionável). Mas, o EU SOU que é AMOR. (Na física isto é chamado ‘sinal da intuição inexistente).

A maravilhosa experiência do amor é o caminho pelo qual experimentamos união com a fábrica do universo – A Consciência Divina. Esta fábrica mostra como o amor é essencialmente desprovido do ego e harmonioso.

O EU SOU pode ser definido como:

“Uma consciência infinita, um oceano homogêneo de harmonioso amor”.

Na medida em que você começa a praticar e a desenvolver seu espaço sagrado, as distrações imediatamente aparecerão como torrentes. Quaisquer coisas que atraem sua atenção ao foco. Pode ser uma inspiração, uma lembrança, uma repentina fluidez de emoções. Poderia ser o ponto final no capítulo que você esteja escrevendo. Uma coceira no nariz, o zumbido de uma lâmpada florescente – tudo são pensamentos.

Os olhos de mente quererão ver algo mais enquanto seus olhos físicos permanecem fechados. Por isso sugiro que você se imagine debaixo da cachoeira. Sua mente consciente se rebelará com o que você está fazendo,

porque ela reconhece o que você está tentando fazer, religá-la com o cérebro do coração.

Sua mente consciente, o ego separado tem sido tão usado de forma autônoma para lidar com os eventos externos em referência ao cérebro do coração. Na realidade, a mente teme outras interferências. E, de fato, qualquer ligação com o cérebro do coração faz com que ela se sinta culpada.

EGO.

Seu ego é rebelde!

Seu ego é extremamente rebelde! Ele odeia o fato de que você descobriu finalmente a alegria, paz e descanso, e está tentando interferir em sua vida. O ‘ego’, essa mente egoísta tem mentido deliberadamente a você de que tal coisa não pode ser encontrada. Sempre alhures, sempre ‘amanhã’, e então culpa sua experiência passada pela falta dessa realização. Ela nunca admite que você carregou a vida toda ‘este cantinho’ no coração!

O amor, a alegria, a paz e o senso de pertencimento não podem florescer até que você comece a reconciliar sua mente autoconsciente com a consciência moral de seu coração. Isso é o que faz quando você pratica um estado mental genuíno.

O medo, a ira, a culpa, a autopiedade e a vergonha são energias armazenadas em seu corpo que se relacionam às ameaças de memórias predatórias, acusações ou questões sobre sua autovalorização. Armazenadas desta maneira produzem resistência às mudanças e, portanto, ao processo natural de cura. Ao perdoar tais pensamentos e suas emoções quando elas surgem, o perdão liberará toda culpa e punição.

A crise da meia-idade tem sido descrita como um fenômeno de profunda insatisfação e infelicidade que as pessoas experimentam. Eu proponho que tal realização de profundo descontentamento seja fruto do sutil entendimento da busca por valor, a partir do ordenamento dos eventos externos de nossas vidas, para cobrir o senso de culpa que se desenvolve na puberdade e que não nos ajudam em nada.

O famoso cientista Frederico Faggin, inventor do microprocessador e homem de negócios, descreveu sua experiência da crise da meia-idade. ‘Lá pelos anos de 1980 eu estava tendo muito sucesso em tecnologia e negócios. Fiquei tão rico a ponto de pensar que não precisava trabalhar um dia a mais na vida. E mais importante: Eu tinha uma linda família! De fato era uma pessoa afortunada e adquiri tudo que o mundo diz ser importante para tornar alguém feliz. O que mais desejaria? Foi então que uma crise se abateu sobre minha vida. Quando estava no auge do sucesso, uma insatisfação tomou conta de mim. Descobri que era infeliz, mas demonstrava às pessoas muita felicidade, porque eu me esquivava em admitir que estava experimentando certo desespero. Eu me escondia num casulo artificial que construí como escudo de meus mais profundos sentimentos. Apenas dava a impressão de ser feliz. Contudo, eu não conseguia entender como podia me sentir tão miserável depois de adquirir tudo o que a sabedoria comum afirma ser necessária para a felicidade. O que estava errado? Eu me questionava. Duas perguntas vinham à tona, apesar da tentativa de suprimi-las: Qual o sentido de minha vida e o que eu quero pra mim?

FAGGIN, F, 2020 Silicon. Autobiografia. Waterside Productions. Edição Kindle p157.

A adequada tecnologia nas mãos de biólogos, químicos e neurocientistas têm nos capacitado a utilizar uma linguagem semi científica em vez do uso de termos agrícolas para descrever esta sabedoria dos antigos. Na comunidade científica existem pessoas que concordam com as recentes descobertas das teorias de Darwin – teoria fundamentalmente falha. A epigenética descobriu trilhões de células que não lutam para sobreviver, e sim, se combinam em florescer.

Como colônias, as células em suas várias formas trabalham juntas para se apresentarem de maneira a serem percebidas, assim como no corpo humano. Como “agentes conscientes”, nossa combinação de células é regulada pelos sinais do ambiente que cada célula recebe para produzir as proteínas necessárias que afetem seu comportamento. Agora é oficial de que todas as formas de matéria são conectadas ao nível subatômico e atômico em um campo de energia universal, na qual toda possibilidade material possui seu potencial.

Você pode ter descoberto, como eu fiz anos atrás, que seguir o que pensa, sempre traz problemas ao coração. Por exemplo. Você pode ter sentido que seu coração bateu forte ao pensar em sair para jantar com determinada pessoa, e a experiência foi nada agradável. Podemos confundir facilmente um sentimento emocional da intuição do coração, e seguir aquilo que nos fascina. É preciso prática para discernir a diferença. Aprendi através das lutas e de erros que a fascinação nem sempre era um sinal do meu coração.

O coração frequentemente nos sussurra com um sentido de tranquilidade. Às vezes é nosso coração dizendo: ‘Não sei se devo aceitar o emprego, ainda que o salário seja bem melhor’. Então, a mente decide aceitar o emprego, porque, quase sempre a escolha pelo dinheiro sempre ganha o duelo com o coração até que sejamos tomados de uma capacidade maior de discernimento. A mente tende a racionalizar os desejos e as reações. Como afirma minha amiga Amy: ‘quando os julgamentos de minha mente e reações estão controlados, sinto-me justificada em me sentir irada. Meu coração pensa diferente – calmo e simples. É preciso coragem para ouvir o coração. Ele pode dizer, “está bom assim” ou “não é uma boa coisa” e você pode sentir-se amedrontado de que alguma pessoa vai querer dominá-lo. Agora, quando você tem a coragem necessária de fazer o que o seu coração diz, você se sentirá melhor e as coisas parecem que funcionarão melhor’.

Aqui exemplifico como distinguir o que sua mente e seu coração pensam:

Dirigindo na hora do pique.

Cabeça: Trânsito infernal! Motorista ruim, amarrando o trânsito. Quando será que vão alargar esta rodovia? Ela me cortou de propósito!

Coração: O trânsito não andará até que comece a andar! Não adianta ficar nervozinho! Ligue o rádio e ouça alguma música.

No trabalho. A cabeça. Quem ela pensa que é? Não é justo que ela pegue o melhor trabalho e eu fique com o restolho, fico furioso!

Coração: Sei que as coisas que ela tem de enfrentar são difíceis, e ela corre bastante. Preciso me manter calmo, e não me deixar sugar por este drama e bate-boca.

Quem sabe sou eu que precisa mudar de atitude! Vou convidá-la pra fazer um lanche.

Extraído de

Inteligência do coração

Matemática do Coração